Como um feedback assertivo me ajudou a construir equipes de alta performance?

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No começo da minha trajetória como líder, eu tinha uma crença equivocada: a de que manter o ambiente tranquilo significava evitar qualquer tipo de confronto. E por “confronto”, eu incluía até mesmo os feedbacks mais honestos.

Minha intenção era boa. Eu queria que as pessoas se sentissem bem no trabalho, sem pressão desnecessária. Elogiava bastante, reconhecia os acertos, mas evitava tocar nos pontos que não estavam funcionando tão bem.

Achava que, com o tempo, cada um encontraria o próprio caminho. Até que um dia, durante uma reunião informal, uma colaboradora me disse algo que ficou ecoando na minha cabeça por semanas:

“Tiago, às vezes parece que a gente está tentando adivinhar o que você realmente espera.”

Foi um choque. E também um aprendizado. Percebi que o silêncio, que eu acreditava ser uma forma de respeito, estava se transformando em insegurança para o time. Ninguém sabia exatamente onde precisava melhorar — e isso travava a evolução de todos.

Assertividade é sobre clareza, não sobre dureza

Foi nesse momento que entendi o valor de um feedback bem dado. Assertivo, direto, mas sempre com respeito.

Passei a encarar o feedback não como uma cobrança, mas como uma ponte entre a liderança e o crescimento das pessoas. Quando bem feito, ele não diminui ninguém. Pelo contrário, mostra que você acredita no potencial daquela pessoa e quer vê-la crescer.

A grande mudança aconteceu quando eu comecei a me preparar para dar feedbacks com mais responsabilidade.

Comecei a observar comportamentos de forma mais objetiva, trazer exemplos concretos, conversar de forma humana, sem rodeios, mas com empatia. E também aprendi a não esperar que as coisas saíssem do controle para então me posicionar.

Foi impressionante ver como a equipe respondeu a isso. Aos poucos, as conversas difíceis foram se tornando mais naturais. As pessoas passaram a buscar retorno, a perguntar como poderiam melhorar, a se abrirem com mais confiança.

Uma cultura que cresce junto

Com o tempo, isso deixou de ser uma prática isolada e passou a fazer parte da cultura da empresa. A transparência virou rotina. O ambiente ficou mais maduro.

O que antes era insegurança deu lugar a um sentimento de “estamos juntos nisso” — e esse é o tipo de conexão que transforma uma equipe comum em uma equipe de alta performance.

Hoje, vejo que o feedback assertivo foi uma das ferramentas mais poderosas que encontrei como líder. Ele ajudou a construir um time mais alinhado, mais responsável e mais motivado.

Falar com verdade é uma forma de cuidar

Se tem algo que aprendi nessa jornada é que as pessoas precisam de direção, não de adivinhação. E oferecer feedback com clareza e empatia é uma forma de cuidar, de orientar, de investir no crescimento real de quem caminha ao nosso lado.

E quando o time cresce, o líder cresce junto.

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