Durante muito tempo, mesmo com resultados visíveis, eu carregava uma sensação incômoda: a de que eu não era “tudo isso”. Que estava onde estava por sorte. Que, em algum momento, alguém ia “descobrir” que eu não era tão capaz quanto aparentava.
Essa sensação tem nome: síndrome do impostor. E, sim, ela atinge até quem está em posições de liderança, gerencia empresas e tem bons números para mostrar. A síndrome do impostor não escolhe cargo, ela se alimenta das nossas inseguranças mais silenciosas.
O momento em que percebi que algo precisava mudar
Eu estava liderando a expansão da SEDA College em um dos nossos momentos mais desafiadores. Por fora, tudo ia bem. Mas por dentro, eu me questionava o tempo todo.
Será que estou preparado? Será que estou tomando as decisões certas? Será que sou o líder que essa equipe realmente precisa?
Foi conversando com outros empreendedores, muitos mais experientes que eu, que percebi: quase todos já haviam passado por isso. E mais: os que evoluíram não foram os que ignoraram a síndrome, mas os que a enfrentaram de frente.
O que eu fiz para virar essa chave
Não foi da noite para o dia. Mas algumas atitudes mudaram minha forma de enxergar a mim mesmo e, principalmente, de me posicionar:
1. Comecei a valorizar o que já construí
Ao invés de só olhar para o que faltava, passei a reconhecer o que eu já havia feito: os projetos entregues, os alunos impactados, as ideias que saíram do papel. Autoconfiança não é arrogância, é memória bem acessada.
2. Cerquei-me de pessoas honestas e generosas
Ter uma rede de apoio verdadeira me ajudou a ganhar perspectiva. Gente que me dava feedback real, que me desafiava com respeito, e que me lembrava do meu valor quando eu esquecia.
3. Comecei a falar sobre isso
Quanto mais eu compartilhava minhas inseguranças com outras lideranças, mais eu via que isso era normal. Falar sobre o que sentimos tira o poder daquilo que nos trava.
Assumir o protagonismo não é sobre ter todas as respostas
Assumir o protagonismo da minha carreira não significou “ter certeza de tudo”, mas sim parar de esperar permissão. Parar de buscar validação externa o tempo todo. E começar a agir com responsabilidade sobre meu caminho.
A síndrome do impostor talvez nunca desapareça por completo. Mas hoje, eu não deixo mais que ela decida por mim. E o que eu tenho a dizer é: se você sente que não é bom o suficiente, saiba: isso não te define.
A dúvida pode até te acompanhar, mas não precisa te controlar. Você não precisa se sentir pronto para começar. Você só precisa estar disposto a crescer no caminho. Foi assim que eu saí do piloto automático e assumi, de vez, o volante da minha trajetória.