Tomar decisões difíceis nunca é simples. Mas com o tempo, entendi que é justamente nessas horas que a liderança, a maturidade e o autoconhecimento são colocados à prova.
Não é sobre saber o que fazer o tempo todo — é sobre criar espaço interno para fazer escolhas conscientes, mesmo em meio à pressão. É assim que eu me preparo.
Eu paro antes de decidir
Vivemos num ritmo que nos empurra para a velocidade: responder rápido, agir logo, não perder tempo. Mas aprendi que, quanto mais delicada a decisão, mais necessário é o silêncio antes da ação.
Sempre que estou diante de uma escolha difícil, meu primeiro passo é parar. Respiro. Me afasto um pouco da urgência. Se possível, durmo com a dúvida. Porque muitas vezes, não é a resposta que está faltando — é o tempo necessário para que ela apareça com clareza.
Eu busco o desconforto da verdade
Tem decisões que doem porque envolvem renúncias. Outras porque mexem com pessoas. E outras, ainda, porque nos obrigam a encarar algo que tentamos evitar há tempos.
Quando percebo que estou racionalizando demais ou tentando justificar o que “seria mais fácil”, eu me forço a encarar o que está realmente em jogo. Pergunto: O que eu estou evitando enxergar aqui? O desconforto é um sinal de que algo precisa ser enfrentado.
Eu consulto quem discorda de mim
Pode parecer contraintuitivo, mas quando estou com dúvida sobre uma decisão importante, não procuro conselhos de quem vai apenas concordar comigo.
Prefiro conversar com pessoas que pensam diferente, que enxergam o cenário por outro ângulo, que vão colocar em xeque os meus pontos cegos.
Nem sempre sigo o que ouço. Mas esse processo me obriga a pensar com mais profundidade. E quase sempre, me ajuda a chegar a uma decisão mais robusta.
Eu me pergunto o que é coerente com o que acredito
Muitas decisões difíceis envolvem dilemas entre o que dá resultado rápido e o que é sustentável. Entre agradar no curto prazo e ser justo no longo prazo. Nessas horas, a bússola mais segura que encontrei foi a coerência com meus próprios valores.
Antes de decidir, pergunto: Essa escolha me aproxima ou me afasta do profissional e da pessoa que eu quero ser? Se a resposta for “afasta”, mesmo que pareça vantajosa, geralmente não vale o preço.
Eu aceito que nem sempre haverá garantias
Talvez essa tenha sido a lição mais difícil de aceitar: mesmo com toda análise, escuta e preparo, algumas decisões ainda trarão dúvidas. E tudo bem.
A clareza não é a ausência de medo — é a presença de propósito. Quando a decisão é difícil, mas está alinhada com aquilo em que eu acredito, sigo em frente.
Nem sempre com certeza. Mas sempre com consciência.