Durante muito tempo, eu tive medo de errar.
E, sinceramente, acho que esse é um sentimento comum a quem começa qualquer jornada, especialmente quando se empreende fora do país, longe de tudo o que é familiar.
O problema é que esse medo, quando domina, paralisa. Ele faz a gente acreditar que o erro é o fim, quando na verdade ele é parte inevitável do processo. Você vai errar.
A diferença está em como vai reagir depois.
No começo da SEDA, eu achava que precisava acertar o tempo todo. Queria que tudo funcionasse rápido, que cada decisão fosse perfeita. Mas o empreendedorismo não é um roteiro previsível, é um exercício constante de tentativa, ajuste e aprendizado.
E foi errando — muitas vezes, e de formas diferentes — que aprendi as lições mais importantes.
O erro te ensina o que o sucesso não mostra: os limites, as falhas do plano, as verdades sobre quem você é quando as coisas não saem como esperado.
Com o tempo, percebi que o erro em si não destrói, o que destrói é o orgulho.
O erro só se torna fracasso quando não é olhado de frente.
Quando a gente tenta esconder, justificar ou culpar alguém, perde a oportunidade de aprender.
Mas quando se assume, se analisa e se transforma em ação, o erro se converte em experiência. Aprender a lidar com ele é o que separa quem evolui de quem repete os mesmos tropeços.
A Irlanda me ensinou muito sobre isso. Em um país com uma cultura mais paciente e orientada ao aprendizado, percebi que errar não é vergonha, é parte do crescimento.
Aqui, o erro é tratado com naturalidade, como um degrau, não como um rótulo.
E isso me fez entender que a maturidade profissional e emocional vem justamente da capacidade de recomeçar.
Cada falha que vivi me preparou para lidar melhor com as próximas, e cada decisão errada me ensinou algo que eu jamais teria aprendido se tudo tivesse dado certo.
Hoje, quando falo com empreendedores ou alunos, gosto de lembrar: errar é inevitável, mas sofrer por errar é opcional.
O que define o futuro não é a quantidade de erros que cometemos, e sim a disposição que temos de aprender com eles. O erro não te define, ele te lapida.
Se eu pudesse dar um conselho a quem está começando, seria esse: abrace o erro como parte do caminho.
Ele é o preço do progresso, o combustível da inovação e o maior professor que você vai encontrar.
Porque, no fim das contas, quem aprende a lidar com o erro aprende também a lidar com a vida com menos medo, mais leveza e muito mais sabedoria.




