Durante muito tempo, falamos sobre resiliência como sinônimo de resistência.
Como se o segredo do sucesso fosse aguentar firme, suportar a dor e seguir em frente a qualquer custo.
Mas, depois de anos empreendendo, mudando de país e reconstruindo caminhos, entendi que resistir é apenas metade da equação.
A verdadeira resiliência está em saber se adaptar sem perder quem você é.
Quando cheguei à Irlanda, tudo era novo — a língua, o clima, a cultura, até a forma de pensar o trabalho.
No começo, eu tentava resistir. Queria manter tudo como era no Brasil: o jeito de negociar, de planejar, de liderar.
Mas quanto mais eu resistia, mais difícil ficava crescer. Foi aí que percebi: adaptar-se não é ceder, é evoluir.
Ser resiliente não é endurecer; é aprender a ser flexível sem se quebrar. É absorver o impacto das mudanças, mas continuar movendo-se na direção do propósito.
É entender que o mundo muda — e que, se você quiser permanecer relevante, precisa mudar junto.
O segredo é não confundir mudança com perda.
Quando você tem clareza de propósito, pode se adaptar mil vezes sem se perder de si mesmo.
Na trajetória da SEDA, passamos por muitas fases. Crises, reestruturações, novos mercados, novas formas de ensinar.
A tecnologia transformou o modo de aprender, e nós tivemos que reinventar o que já sabíamos.
Se tivéssemos resistido às mudanças, talvez tivéssemos sobrevivido por algum tempo.
Mas foi por nos adaptarmos que conseguimos crescer.
A resiliência, aprendi, não é o escudo de quem aguenta o mundo, mas a bússola de quem se ajusta a ele.
É o que diferencia quem apenas sobrevive de quem se transforma.
Hoje, olho para trás e vejo que cada mudança que enfrentei me aproximou mais da minha essência — não me afastou dela.
Porque quando o propósito é claro, a adaptação não dilui quem você é; ela expande quem você pode se tornar.




