Por que é tão arriscado ter um negócio “dependente de tendências”?

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Nos últimos anos, vimos uma explosão de negócios criados a partir de tendências: novos formatos de vídeos, produtos virais no TikTok, modismos de consumo ou “hacks” que prometem resultados rápidos.

Embora seguir tendências possa parecer um atalho inteligente para crescer rápido, basear toda a estrutura de um negócio nelas pode ser um dos maiores riscos estratégicos.

Tendências são voláteis por natureza

Uma tendência é, por definição, passageira. Ela nasce rápido, cresce rápido e, muitas vezes, desaparece ainda mais rápido. Quando um negócio depende exclusivamente desse ciclo, ele fica vulnerável a movimentos que não controla.

Por exemplo, empresas que viveram do hype dos “desafios virais” acabaram sofrendo quando o algoritmo mudou ou quando o público perdeu o interesse.

O mesmo vale para produtos “modinha” que bombam em uma temporada, mas não sustentam vendas no médio e longo prazo.

Falta de identidade e propósito

Negócios que vivem de tendência costumam perder a clareza sobre quem são e o que entregam de valor real. Ao focar apenas no “tema quente do momento”, deixam de construir um posicionamento sólido e uma base fiel de clientes.

O resultado? A marca passa a ser percebida como oportunista, não confiável ou descartável. E quando o público sente isso, o engajamento diminui, as vendas caem e a relevância some quase da noite para o dia.

Previsibilidade e planejamento comprometidos

Empresas saudáveis precisam de previsibilidade mínima para planejar investimentos, expansão e novos produtos. Um negócio dependente de tendências vive em um ciclo constante de incerteza: o que funciona hoje pode não funcionar amanhã.

Essa falta de estabilidade afeta toda a operação: gestão de estoque, contratação, comunicação e até a saúde financeira. Em momentos de baixa, muitos empreendedores se veem obrigados a cortar custos drasticamente ou até fechar portas.

Construção de valor a longo prazo

Marcas fortes não são construídas em um trimestre. Elas são cultivadas ao longo do tempo, com consistência, entrega de valor real e conexão genuína com o cliente.

Quando a prioridade é sempre correr atrás da “próxima grande tendência”, falta tempo e energia para criar produtos ou serviços realmente duradouros. O foco sai do cliente e vai para o algoritmo ou para o hype do momento.

Conclusão

Ao meu ver, não há nada de errado em aproveitar tendências — elas podem, sim, ser usadas como oportunidades de teste, para atrair novos públicos ou lançar pilotos rápidos. Mas depender única e exclusivamente delas é um convite ao fracasso.

Empreendedores que constroem negócios sólidos buscam equilíbrio: observam tendências, mas mantêm um núcleo de valor claro e inabalável. São guiados pela missão e pelos problemas reais que querem resolver, não apenas pelo que está “bombando” na semana.

Se você quer um negócio que dure, que crie impacto e fidelidade, é essencial olhar além das ondas momentâneas. Afinal, quem vive só de onda, sempre corre o risco de afundar quando a maré baixa.

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