Eu costumava associar boas ideias à complexidade.

Achava que para criar algo relevante era preciso ter um plano ousado, uma estrutura impecável e uma estratégia digna de manual.

Mas a vida — e o empreendedorismo — me ensinaram o contrário.

As melhores ideias são, na maioria das vezes, as mais simples. São aquelas que resolvem um problema real, com clareza, propósito e coragem para começar.

A simplicidade tem uma força que muita gente subestima. Ela não precisa impressionar; precisa funcionar.

Quando fundei a SEDA, não existia um plano grandioso de expansão global.

Existia apenas uma percepção: havia pessoas chegando à Irlanda com o mesmo medo e as mesmas dificuldades que eu tinha enfrentado.

A ideia era simples — criar uma escola que não ensinasse apenas inglês, mas ajudasse essas pessoas a se adaptarem, a acreditarem em si mesmas e a se reinventarem. Essa simplicidade foi o que deu sentido a tudo.

Com o tempo, percebi que a complexidade muitas vezes nasce do medo.

Criamos processos, camadas e teorias para parecer que estamos mais preparados do que realmente estamos.

Só que, na prática, quanto mais complicada a ideia, mais difícil é colocá-la em movimento. E empreender é, acima de tudo, agir.

A simplicidade não é falta de profundidade — é clareza. É saber o que precisa ser feito, para quem e por quê.

O simples conecta. Ele fala direto, inspira confiança e se adapta. É o que faz uma empresa crescer, uma marca se tornar relevante e uma mensagem atravessar fronteiras.

Quando você entende o problema com profundidade, percebe que a solução raramente é sofisticada — ela é objetiva. O segredo está em enxergar o essencial e eliminar o excesso.

Aprendi também que o simples é o que sobrevive. Ideias complexas se tornam frágeis diante da mudança. Já as simples se ajustam, evoluem e permanecem.

A clareza é a base da inovação verdadeira. É o que permite que as pessoas se envolvam, compreendam e acreditem no propósito por trás do projeto.

Hoje, quando alguém me apresenta uma ideia, o que mais me interessa não é o quanto ela é elaborada, mas o quanto ela é clara.

Porque no fim, as ideias que realmente mudam o mundo não são as que parecem geniais, são as que fazem sentido.

E fazer sentido, aprendi, é o que há de mais poderoso.

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