Eu já conheci pessoas incrivelmente talentosas que começaram com toda a energia do mundo. Tinham boas ideias, projetos sólidos e, muitas vezes, até mais preparo do que eu quando comecei.
Mas, por algum motivo, pararam no meio do caminho. Algumas porque o resultado demorou mais do que esperavam, outras porque se frustraram com as dificuldades, e algumas simplesmente porque perderam o propósito.
E foi observando essas histórias que aprendi uma das lições mais duras — muita gente não fracassa por falta de capacidade, mas por desistir antes da hora.
A verdade é que o sucesso raramente é linear. A jornada de construir algo exige resiliência muito mais do que genialidade.
O problema é que vivemos em uma época em que tudo precisa ser rápido — o resultado, o reconhecimento, a validação.
Mas o que realmente tem valor leva tempo. E esse tempo, entre o esforço e a recompensa, é o que separa quem continua de quem para.
É nesse espaço de incerteza que muitos desistem, achando que nada está acontecendo, quando, na verdade, as raízes estão crescendo silenciosamente.
Quando comecei a empreender na Irlanda, também pensei em desistir mais de uma vez. Foram fases de dúvida, de erro, de aprender o que não sabia e de recomeçar do zero.
Mas percebi que cada obstáculo trazia um tipo diferente de amadurecimento — e que o progresso nem sempre é visível de imediato.
Às vezes, ele acontece internamente, na forma como reagimos, decidimos e lidamos com as adversidades. Crescer exige paciência com o processo, e isso é algo que o mundo moderno desaprendeu a cultivar.
Observar quem desistiu cedo demais me ensinou que a diferença entre sucesso e frustração, muitas vezes, é uma questão de persistência silenciosa.
Aquela que ninguém vê, mas que você pratica todos os dias. Vi pessoas brilhantes abandonarem projetos incríveis no exato momento em que estavam prestes a dar certo — porque o medo, o cansaço ou a comparação com os outros falaram mais alto.
O que elas não perceberam é que o desconforto que antecede o avanço é parte natural de toda grande conquista.
Aprendi também que desistir, às vezes, não é o problema — o problema é desistir sem ter aprendido nada.
Há momentos em que é preciso mudar de rota, sim, mas nunca de propósito. E é esse propósito que precisa ser o norte, mesmo quando tudo parece incerto. A persistência não é teimosia; é confiança no processo, mesmo quando o resultado ainda não apareceu.
Hoje, quando vejo alguém prestes a desistir, costumo dizer: “aguenta mais um pouco”.
Não porque acreditar cegamente resolve tudo, mas porque, muitas vezes, o que você busca está a um passo além da desistência.
A travessia é cansativa, mas o arrependimento de não ter tentado o suficiente é muito pior.




