Quando decidi empreender na Irlanda, eu não imaginava o tamanho do desafio que estava prestes a enfrentar. Não era só sobre abrir uma empresa.

Era sobre reconstruir a mim mesmo em um lugar onde nada me pertencia — nem a língua, nem a cultura, nem a forma de pensar.

Empreender fora do seu país é uma experiência que ensina mais sobre humanidade do que sobre negócios. No início, eu acreditava que bastava ter uma boa ideia e trabalhar duro. 

Depois entendi que o verdadeiro diferencial estava em algo muito mais simples — e muito mais difícil: entender as pessoas. Aprendi que cada cultura tem seu próprio ritmo, seus códigos e, principalmente, seus medos.

E que liderar equipes internacionais exige empatia antes de estratégia. Quando você vem de fora, precisa provar o dobro, não apenas a competência, mas a intenção. Foi assim que construímos a SEDA College: não vendendo cursos, mas confiança.

Houve momentos em que pensei em desistir. A burocracia parecia intransponível, os custos altos, as diferenças culturais imensas.

Mas foi ali que percebi a força de um valor que carrego até hoje: resiliência é a linguagem universal dos empreendedores. Não importa onde você esteja — Irlanda, Brasil ou qualquer outro país — quem permanece é quem entende que cair faz parte do processo.

A experiência internacional me mostrou também que pensar global não é falar inglês fluente ou abrir uma filial no exterior.

É adotar uma mentalidade aberta ao novo, ao erro e ao aprendizado constante. É reconhecer que um bom líder não é aquele que tem todas as respostas, mas o que sabe ouvir perguntas diferentes.

Hoje, quando olho para a trajetória da SEDA e para as centenas de histórias que cruzaram nosso caminho, vejo que o maior aprendizado não veio dos resultados financeiros, mas das pessoas.

De cada aluno que atravessou o mundo para mudar de vida, de cada colaborador que acreditou no propósito, de cada erro que nos forçou a amadurecer.

Construir uma empresa global a partir de um país que não era o meu me ensinou que fronteiras não são linhas no mapa — são testes de visão, empatia e persistência. E quem aprende a atravessá-las, nunca mais volta a enxergar o mundo do mesmo jeito.

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