Com o tempo, percebi que empreender vai muito além de gerar empregos, desenvolver produtos ou abrir novos mercados.

O verdadeiro impacto de um empreendedor está em algo menos tangível, mas muito mais profundo: a capacidade de formar pessoas conscientes, dentro e fora da empresa.

Porque, no fim, todo negócio é uma escola.

Cada decisão, cada comportamento, cada valor vivido no dia a dia transmite uma lição — para colaboradores, parceiros e até para quem apenas observa de longe.

Quando comecei, confesso que minha preocupação era apenas fazer o negócio dar certo. Eu queria crescer, provar que era possível empreender fora do Brasil, criar algo relevante.

E tudo isso era legítimo.

Mas, conforme a SEDA foi evoluindo, percebi que a verdadeira medida do sucesso não estava apenas nos números, e sim no tipo de transformação que provocamos nas pessoas.

Vi alunos descobrindo o próprio potencial, equipes se desenvolvendo, jovens estrangeiros encontrando propósito em meio às incertezas. Foi ali que entendi: educar e empreender são, na essência, a mesma coisa. Ambos têm o poder de despertar a consciência.

O empreendedor de hoje precisa entender que liderar é formar cultura. Cada valor vivido dentro de uma empresa se espalha.

Se a liderança valoriza a ética, o respeito e o aprendizado contínuo, isso se reflete em toda a cadeia. Se, por outro lado, cultiva o ego e a pressa, acaba perpetuando os mesmos vícios que o mundo já não aguenta mais.

É por isso que acredito que o papel do empreendedor contemporâneo é ser também um agente de consciência — alguém que entende que resultado e responsabilidade não se excluem, se complementam.

Formar uma geração mais consciente não é tarefa apenas das escolas, mas também das empresas. Somos parte do mesmo ecossistema.

Cada negócio tem o poder de transformar mentalidades — seja oferecendo oportunidades, estimulando o pensamento crítico ou simplesmente mostrando, pelo exemplo, que dá para crescer com propósito e empatia.

A transformação começa de dentro, nas pequenas atitudes do cotidiano, na forma como tratamos as pessoas e enfrentamos os desafios.

Hoje, quando olho para o futuro, acredito que os empreendedores que deixarão legado não serão os que mais faturaram, mas os que mais formaram.

Porque cada pessoa que passa por uma empresa e sai mais consciente, mais preparada e mais humana leva consigo um pedaço desse propósito adiante.

E é assim, de forma silenciosa e contínua, que se constrói algo que realmente muda o mundo. No fim, empreender é muito mais do que criar negócios. É criar consciência e é isso que faz todo o esforço valer a pena.

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