Quando pensamos sobre a sociedade, principalmente o mundo capital onde vivemos, um dos temas que ganha notoriedade e é defendido por muitos é a meritocracia.
Em minhas vãs filosofias refleti muito sobre isso, até chegar à conclusão que não há como falar em meritocracia sem pensar em igualdade de oportunidades.
É bem simples embasar o que estou dizendo: imagine duas pessoas. Uma nasce muito rica e outra em uma favela sem o mínimo necessário para viver.
Dá pra perceber que o ponto de partida é bem desigual, logo, quem chegará mais rápido na linha de chegada? Veja, sei que quem nasce na adversidade, assim como nasci, poderá chegar ainda mais longe, mas o caminho é bem mais tortuoso.
E qual a solução para mudar?
Vejo que a igualdade de oportunidades não tem como existir sem que haja um braço forte do Estado para isso. O que quero dizer? Todos precisam ter acesso aos serviços básicos como saúde, educação, segurança, saneamento e até mesmo alimentação.
Assim sendo, o Estado tem um papel fundamental nesse processo, por meio da implementação de políticas públicas que garantam esse acesso igualitário aos recursos básicos para todos.
Mas esse não é só um papel do Estado. É importante que empresas se envolvam nesse processo, promovendo a diversidade e a inclusão em seus quadros de funcionários e adotando políticas internas que favoreçam a igualdade de oportunidades.
Ações afirmativas não devem ser somente promovidas na iniciativa pública, mas também na própria iniciativa privada. Somente assim poderemos mudar esse quadro.
A redução da desigualdade depende de quem está de cima
Um ponto que vejo, e costumo até mesmo estudar bastante é em relação a quantidade de dinheiro que circula em uma economia. De modo geral, o total de dinheiro circulante não é ilimitado, mas sim existe um valor determinado todos os anos.
Logo, se esse não é um valor ilimitado, para alguns terem muito, é necessário que muitos tenham poucos. Imagine um exemplo bem básico, em uma sociedade com 100 pessoas.
Agora imagine que o dinheiro circulante nessa economia seja de 100 mil notas e que cada um precisa de 500 notas para ter acesso ao básico para viver bem.
Considere, no entanto, que 10 dessas pessoas possuem 60 mil notas. Ou seja, cada uma delas têm 6 mil notas. Agora imagine que mais 10 pessoas tenham 2 mil notas cada, somando assim mais 20 mil notas.
Outras 30 pessoas possuem 500 notas, sobrando então só 5 mil notas para serem distribuídas para as outras 50 pessoas que ficam com 100 notas cada uma. No entanto, como eu disse, o básico para se viver nessa cidade é de 500 notas.
O que vai acontecer nessa cidade hipotética? Os filhos de quem tem 6 mil notas e até 2 mil notas, estarão com muito mais chances de crescer na vida.
No entanto, se houvesse uma conscientização e o dinheiro fosse distribuído de forma mais igual, todos teriam 1 mil notas, vivendo com 500 notas cada e ainda sobrando mais 500 notas para a segurança.
E qual a moral da história?
Bem, o que quero mostrar é que enquanto houver a ganância humana no acúmulo de milhões, sem que isso seja revertido para a sociedade em geração de emprego digno com uma renda digna, haverá uma grande desigualdade no mundo.
Veja que o Estado tem um papel importante, mas a elite econômica de um país tem um papel ainda mais primordial, pois cabe a ela criar medidas para minimizar a desigualdade por meio da geração de emprego e renda.
E mais: cabe a ela criar programas de ações afirmativas em empresas para garantir que quem está lá embaixo está tendo uma oportunidade de crescer.
Portanto, o que vejo é que nós mesmos somos os culpados pela falta de igualdade de oportunidade, e cabe a cada um de nós engajar-se em ações para reverter esse quadro.,