O ano de 2022 não foi fácil para as startups e fintechs de modo geral. Os investimentos ficaram mais difíceis, a receita caiu e o que vimos foi um quadro de demissões em massa.
Na verdade, o cenário foi tão assustador, que por vezes cheguei a vê-lo como um salve-se quem puder. Todas startups seguiram o caminho das demissões em massa.
Não tinha como ter sido diferente. Pois, a maioria é muito amparada no capital humano, e este representa o maior custo do negócio.
Então, quando pensamos em redução de custo de modo significativo dentro de uma startup, o primeiro caminho que vem à mente é reduzir o quadro de funcionários.
E como será a expectativa para as startups em 2023?
Quem está no mercado sabe que a economia é cíclica, e por isso ela varia bastante de um ano para outro. Mas para 2023 não vejo ainda um cenário muito animador e nem próximo da euforia de 2021 e 2020.
Os investidores continuarão sendo atraídos para investimentos mais seguros, uma vez que o aperto monetário ainda está em curso e as principais economias mundiais ainda seguirão elevando os juros por um tempo.
Em vista disso, a captação de recursos continuará sendo difícil para o ano que vem, com uma leve perspectiva de melhora para o segundo semestre do ano.
Com a inflação sendo controlada, aos poucos os Bancos Centrais passam a manter as taxas de juros para depois começar gradativamente a cortá-las.
E os cortes não deverão acontecer em 2023
Infelizmente 2023 será o ano que começaremos com um grande aperto monetário no mundo, com algumas exceções como o Brasil. Pois começamos antes essa trajetória e consequentemente fomos capazes de conter a inflação mais cedo.
Mas diante de um quadro de desaceleração mundial até o Brasil vai sentir a retração, e dificilmente podemos pensar em um cenário com mais agressividade em investimentos.
Acredito que o aperto monetário começará a afrouxar no meio do ano que vem. Isso se nenhum fator mais grave acontecer, como uma nova pandemia, uma nova guerra etc.
Em um cenário de normalidade vejo que as demissões não deverão mais acontecer na mesma intensidade que 2022, pois as startups já estão mais preparadas.
Mas também não será um cenário para uma grande contratação. Por isso a expectativa para as startups não é tão animadora para o ano que vem.
Recuperação deverá ocorrer a partir de 2024
A recuperação dos investimentos em empresas da nova economia deverá voltar com mais intensidade somente em 2024 se tudo caminhar conforme o esperado.
A partir de então é difícil mensurar se o mercado mais amadurecido vai caminhar a passos mais lentos, com menos apetite ao risco e buscando mais solidez, ou se novamente veremos o mesmo movimento de 2020 e 2021.
Acredito eu que o amadurecimento fortalecerá as empresas com planos de negócio mais bem estruturados que serão capazes de oferecer retornos sólidos e em um prazo regular para os investidores.
Em contrapartida, acredito que as contrações devem se aquecer a partir de então, só tenho minhas dúvidas se serão tão intensas como foram. O que vocês acham?
