Um fato que venho observando há algum tempo é que muitas empresas estão exigindo inglês fluente dos candidatos para inúmeras vagas de trabalho.
Algumas delas vejo que realmente devem ser ocupadas por pessoas que possuem essa fluência. Entretanto, outras não entendo essa necessidade.
Já vi vagas sendo anunciadas nas quais a pessoa sequer terá contato com documentos, relatórios ou necessidades de pesquisa em inglês.
Aí eu me pergunto: até onde o RH está acertando nessa estratégia? Não estaria ele eliminando alguns bons candidatos por uma exigência sem fundamento?
O inglês como língua universal
Eu como empreendedor do ramo vejo que há uma tendência irreversível do inglês ser uma língua universal. Inclusive, pode-se dizer que ela já até é.
Portanto, creio que cada vez mais a exigência em ter inglês fluente será maior. Mas eu não entendo o porquê disso ser necessário em algumas profissões.
Por exemplo, eu vi uma vez uma vaga para analista de contas a pagar e receber de uma empresa nacional. A função era apenas preencher o sistema com as entradas e saídas de notas fiscais, criando assim o fluxo de caixa da empresa.
Como a empresa atuava exclusivamente no Brasil e fazia negócios só com fornecedores e clientes locais, todos esses documentos estavam em português.
Dessa forma, o candidato que ocupasse a vaga não teria nenhum contato com outra língua. E entre os pré-requisitos para a vaga estava o famoso inglês fluente.
Mas por que essa exigência?
Questionei uma analista de RH sobre a necessidade de exigir inglês para uma vaga na qual o candidato sequer teria contato com a língua.
Para minha surpresa, a resposta foi: é meio que praxe do mercado fazer essas exigências. Fiquei realmente abismado. Não havia um fundamento para isso.
A exigência do inglês era simplesmente porque o mercado fazia assim, então eles também faziam. Oras, quantos bons candidatos estariam sendo eliminados dessa vaga, simplesmente por conta disso?
Desde então, nas empresas que tenho participação passei a acompanhar de perto esse tipo de contratação. E para as vagas nas quais o candidato não terá contato com a língua inglesa, não faço essa exigência.
O resultado é que com essa decisão eu promovi uma maior inclusão nos processos seletivos, possibilitando que pessoas sem inglês fluente pudessem ocupar alguns cargos.
Claro que existem vagas que exigem essa fluência, mas não são todas. Eu sempre incentivo as pessoas a aprenderem o inglês pois acho fundamental.
Mas é uma tremenda sacanagem pedir a fluência em outra língua quando não se precisa. Concorda? Então deixe o seu comentário e compartilhe com seus amigos nas suas redes sociais.