Quando fundei a SEDA, confesso que o foco inicial não era falar sobre impacto social.
Eu queria criar uma escola de inglês diferente, que ajudasse pessoas a se adaptarem a um novo país, a viverem novas oportunidades, a se sentirem acolhidas.
Na época, a palavra “impacto” parecia algo distante, ligada a grandes projetos ou a causas globais.
Mas o tempo — e as pessoas que cruzaram meu caminho — me mostraram que o verdadeiro impacto nasce do cotidiano, dos gestos simples, das transformações silenciosas que a educação provoca.
Lembro do primeiro grupo de estudantes que chegou à Irlanda cheio de sonhos e inseguranças.
Muitos deles vinham de realidades desafiadoras, e a oportunidade de estudar fora era, para alguns, o primeiro grande passo fora da zona de conforto.
No começo, o impacto parecia estar no ensino da língua, no aprendizado técnico. Mas logo percebi que o que realmente transformava essas pessoas não era o inglês — era a confiança que nascia junto com ele.
Era a descoberta de que eram capazes, de que pertenciam, de que podiam construir uma nova história.
A SEDA me ensinou que impacto social não é sobre quantidade, é sobre profundidade. É sobre gerar mudança real na vida de alguém.
Às vezes, o que muda tudo é uma conversa, uma oportunidade, uma palavra de incentivo dita na hora certa. Vi alunos que chegaram tímidos, inseguros e com medo, e que meses depois estavam liderando equipes, empreendendo, ensinando outros.
Essa é a beleza da educação — ela multiplica. Um aluno transformado muda os que estão ao redor.
Com o tempo, percebi que a SEDA era mais do que uma escola: era uma ponte. Uma ponte entre países, culturas, realidades e sonhos.
E cada pessoa que atravessava essa ponte levava consigo um pouco desse propósito.
O impacto começou a se expandir naturalmente — não apenas na vida dos alunos, mas também nas comunidades onde atuávamos, nas famílias que se reconectavam, nas empresas que passaram a valorizar a diversidade e a inclusão a partir da vivência internacional desses jovens.
Hoje, quando penso em impacto social, penso em responsabilidade. Ser empreendedor é entender que cada decisão, cada projeto, cada oportunidade criada tem o poder de afetar vidas.
A SEDA me ensinou que lucro e propósito não precisam caminhar em lados opostos. Pelo contrário — quando o negócio nasce de um propósito genuíno, ele cresce de forma sustentável e transforma o mundo à sua volta.
O verdadeiro impacto social, aprendi, não é sobre estatísticas. É sobre pessoas. Sobre histórias que mudam, sobre caminhos que se abrem.
É sobre olhar para trás e perceber que o que começou com uma ideia simples acabou se tornando uma força de transformação real.
E é por isso que, para mim, a SEDA nunca foi apenas uma empresa. Foi — e continua sendo — uma missão. Uma forma de provar que a educação é a semente mais poderosa que existe quando o que se busca não é apenas ensinar, mas transformar.




