Um ano negro. Essas são as palavras que resumem como foi 2022 no mercado de venture capital. Enquanto 2021 apresentou um recorde de investimentos, em 2022 ocorreu uma desaceleração bastante significativa.
Para 2023 o cenário é de bastante incertezas, mas acredita-se que a expectativa seja de um crescimento sutil para os ventures capital que estão selecionando as startups a dedo.
E o que vejo, é que diante de um cenário nos quais os investidores estão mais criteriosos, se abre uma grande porta para as agtechs.
A vez das agtechs
O agronegócio no Brasil chama a atenção. Afinal, esse é um setor que chega a representar até 21% do PIB brasileiro.
Portanto, é um segmento que possui um grande potencial, e em vista disso, as agtechs, que são startups que atuam na união de recursos tecnológicos ao agronegócio, se tornaram a galinha dos ovos de ouro dos investidores.
Elas estão andando na contramão do mercado. Só para exemplificar, a plataforma de inovação Distrito Agtech Digital Hub identificou o crescimento do montante total investido em agtechs no Brasil de mais de R$ 193 bilhões em 2022.
Esse valor é 111% maior que em 2021 e 25% maior no número de ofertas. Ou seja, apesar do mau momento, o setor andou totalmente na contramão.
As principais tendências das agtechs
Em vista do cenário que se aponta promissor, muitas tendências estão sendo apontadas como caminho para as chamadas agtechs.
A ideia central dessas empresas é criar tecnologia que permitam uma maior otimização e um ganho de produtividade nas principais culturas do campo.
Os sensores de monitoramento agrícola estão na mira dos investidores. Nesse caso a tecnologia permite captar e transmitir dados para uma central que registra, informa e toma decisões.
Esses dados podem ser usados, por exemplo, para acionar a irrigação apenas de um talhão com déficit de umidade, ou indicar uma demanda por determinados nutrientes.
Os drones na agricultura
Outro tipo de agtech que também deverá crescer muito, são aquelas que apostam na utilização de drones nas propriedades rurais.
Eles servem para várias finalidades, sendo que a principal delas é a que faz inspeção, acompanhamento do desenvolvimento de culturas e identificação de reboleiras com sintomas de deficiências.
Além disso, a tecnologia de interpretação de imagens pode facilitar a tomada de decisões, sendo que a transmissão dos dados pode gerar relatórios que permitem muitas horas de economia no campo.
Os setores mais promissores
Na minha visão, dentre os segmentos que poderão despontar nas agtechs estão o de biotecnologia e sementes; automação de máquinas agrícolas; controle ambiental; aproveitamento de resíduos e alternativas energéticas.
Acredito que para 2023, as startups ligadas ao agronegócio serão aquelas que apresentarão o maior crescimento, e consequentemente atrairão investimentos com mais facilidade. Concorda?