No mundo das startups, tudo gira em torno de escalar, testar, validar, crescer. Mas existe um ingrediente fundamental que muitas vezes passa despercebido: o aprendizado contínuo.
Depois de anos liderando uma escola internacional e também atuando com inovação e negócios, percebi algo curioso — e poderoso: as startups que mais crescem são as que mais aprendem.
E, por isso, defendo que toda startup, em algum nível, precisa pensar como uma escola. Não no sentido tradicional, com quadro e lousa, mas como um ambiente vivo, onde errar faz parte, compartilhar conhecimento é cultura e aprender é tão importante quanto vender.
Toda startup está ensinando — o tempo todo
Quando uma startup lança um novo produto, ela está educando o mercado. Quando fecha um contrato, precisa educar o cliente sobre como extrair valor da solução.
Quando contrata alguém novo, precisa transmitir visão, cultura e propósito. Ou seja: educar está no DNA da operação — mesmo que ninguém tenha percebido.
Ignorar esse papel é um erro. Startups que não investem em conteúdo, em formação de equipe, em onboarding inteligente ou em canais educativos com os clientes tendem a patinar mais.
Já aquelas que entendem a importância de ensinar (e de aprender) conseguem criar ecossistemas mais engajados e sustentáveis.
Aprender é o novo diferencial competitivo
Vivemos um tempo em que o conhecimento se atualiza em velocidade recorde. Softwares mudam. Métodos evoluem. O comportamento do cliente se transforma. Quem não tem uma cultura forte de aprendizado interno simplesmente não consegue acompanhar.
É aí que entra a mentalidade escolar: criar uma estrutura onde o erro é aprendizado, onde feedback é bem-vindo, onde o conhecimento é compartilhado, não centralizado.
Na SEDA, por exemplo, aplicamos muitos princípios do universo das startups para inovar na educação. Mas também acredito que o movimento contrário é essencial: levar princípios da educação para dentro das startups.
O que toda startup pode aprender com uma boa escola?
- Criação de trilhas de conhecimento claras: para equipe, parceiros e clientes;
- Metodologias ativas: pessoas aprendem mais fazendo, testando e refletindo;
- Cultura de feedback e revisão constante: como parte do processo, não exceção;
- Formação contínua: o talento que você quer reter precisa continuar evoluindo.
E, acima de tudo, o entendimento de que crescimento não acontece sem aprendizado.
O futuro pertence a quem aprende mais rápido
Se você lidera uma startup, minha provocação é simples: o quanto sua empresa está preparada para ensinar, aprender e evoluir como um organismo vivo?
Pensar como uma escola não é limitar. É ampliar. É reconhecer que o ativo mais valioso de qualquer negócio é o conhecimento em movimento. E talvez, no fim das contas, a startup que pensa como escola seja justamente aquela que vai durar.