Fim das ações afirmativas nos EUA? O que eu penso sobre uma possível decisão da Suprema Corte americana!

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Neste mês de junho a Suprema Corte dos EUA vai julgar duas ações que pedem o fim do critério de raça na admissão de estudantes em universidades.

De acordo com informações que foram publicadas pela Folha de São Paulo, alguns analistas acreditam que a medida vai mudar de forma intensa o panorama nas universidades do país. O que eu vejo com muita preocupação.

O pedido foi apresentado pela SFFA que é a sigla para Estudantes pela Admissão Justa, contra as universidades de Harvard e da Carolina do Norte.

Pedido a SFFA

O pedido apresentado pela entidade visa proibir as ações afirmativas nessas instituições. Vale destacar que a SFFA representa aproximadamente 20 mil pais e estudantes, tendo ela sido fundada por Edward Blum.

Para quem não sabe, ele é um estrategista conservador conhecido pela oposição declarada às ações afirmativas desde os anos 90. Pois bem, mas do que ele está acusando as universidades?

De acordo com o documento, as universidades estariam sendo acusadas de discriminar alunos com ascendência asiática e alunos brancos, favorecendo assim negros, hispânicos e indíginas. Não preciso dizer o quão lamentável é esse pedido.

Todavia, o problema não está no pedido em si, mas na atual composição da Suprema Corte Norte-Americana. Atualmente ela tem uma formação muito conservadora, o que leva a crer que vão acatar o pedido.

Cotas raciais são proibidas nos Estados Unidos

Para entender o que pode favorecer a decisão da suprema corte, as cotas raciais são proibidas nos Estados Unidos e isso pode favorecer a decisão ainda mais.

Contudo, apesar de proibidas, as universidades podem desenvolver os seus métodos para criar ações afirmativas para o ingresso de estudantes negros e hispânicos.

Em vista do que eu apontei, a decisão da suprema corte americana deverá considerar as ações afirmativas no país inconstitucionais. Então as universidades serão obrigadas a escolher outros critérios de seleção para aumentar a diversidade dos alunos.

O que eu penso a respeito?

Eu vejo que é lamentável decisões como essa. Afinal, é mais do que crucial existirem ações afirmativas para gerar mais equidade e igualdade social.

Assim como no Brasil, os Estados Unidos também possuem uma desigualdade social que anda de mãos dadas com a desigualdade racial. E sem ações afirmativas, os negros e pardos do país ficam às margens da sociedade.

Não vejo que ações como essa ferem a constituição. Isso aconteceria se realmente a igualdade de oportunidades fossem iguais para todos. E nós estamos cansados de saber que elas não são.

Portanto, vejo como um tremendo retrocesso essa decisão se realmente ela acontecer. Como a esperança é a última que morre, ainda acredito que a Suprema Corte poderá não impedir tais instituições em promover essas ações afirmativas.

Caso contrário, caberá mais uma vez às minorias se unirem para tentar mostrar ao mundo como são tratadas. Pelo visto, a terra do Tio Sam esqueceu rapidamente do que aconteceu com George Floyd há 03 anos.

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