Foco virou uma das palavras mais desejadas da vida moderna. Todo mundo quer, poucos conseguem sustentar.
Ao longo da minha jornada como empreendedor, líder e estrategista, percebi que a perda de foco quase nunca acontece de forma abrupta. Ela é silenciosa.
E muitas vezes, alimentada por hábitos que parecem inofensivos, mas que, com o tempo, minam nossa clareza, energia e capacidade de execução. Aqui vão três deles que, quando não observados, sabotam até os planos mais bem estruturados.
1. Começar o dia consumindo conteúdo aleatório
Durante muito tempo, eu começava o dia com o celular na mão. Era automático: desbloquear a tela, abrir o WhatsApp, ver o que tinha no Instagram, checar o e-mail, rolar o LinkedIn.
Parecia só um momento de “aquecimento mental”, mas na prática, eu já começava o dia reagindo. Meu foco já não era meu. Era de quem me enviou mensagens, das notificações que apareceram, dos conteúdos que me fisgaram pela metade.
Hoje, se eu não crio antes de consumir, o dia já nasce fragmentado. Aprendi que a primeira hora do meu dia é a que mais determina o nível de clareza e presença que terei nas demais.
2. Dizer “sim” a tudo o que parece interessante
Esse é clássico — especialmente para quem é curioso, ambicioso ou está em fase de crescimento. A vontade de abraçar projetos, explorar novas frentes, experimentar possibilidades… tudo isso parece energia positiva.
Mas vira distração quando não está a serviço de um plano claro. Já disse “sim” a ideias que me empolgaram no momento, mas me drenaram depois. E o problema não é a ideia em si — é o custo invisível de desviar atenção.
Foco não é só sobre dizer “não” ao que é ruim. É sobre dizer “não” ao que é bom, mas que te afasta do que é essencial. E isso exige maturidade estratégica.
3. Não proteger o próprio tempo
Em ambientes digitais, o tempo virou um bem coletivo. Qualquer um pode te mandar uma mensagem, marcar uma reunião, pedir um favor — e, se você não coloca limites, acaba vivendo no tempo dos outros.
Durante muito tempo, eu caí nessa armadilha. Minha agenda era uma colcha de retalhos. E, no fim do dia, eu sentia que trabalhei muito, mas produzi pouco do que realmente importava.
Hoje, sou intencional com blocos de tempo. Defendo minhas janelas de concentração como quem protege um ativo valioso. Porque é isso que o tempo é: a matéria-prima do foco.
Conclusão
Gosto de dizer que foco não se perde de uma vez. Ele se dilui — nos hábitos pequenos, nas concessões diárias, nas distrações disfarçadas de “coisas urgentes”.
Se tem algo que aprendi, é que proteger o foco não é um ato pontual. É um estilo de vida. E isso começa com escolhas simples, repetidas com consistência. O que você faz nas primeiras horas do dia. O que você escolhe priorizar.
E o quanto você está disposto a proteger aquilo que constrói sua visão, mesmo quando o mundo tenta te puxar para todos os lados.